Significado do busto do Dr. Barahona
No Jardim de Diana
A remoção do busto do Dr. Francisco Barahona (1843-1905) do lugar central que ocupa no Jardim de Diana, prevista no projecto do Arq.º Nuno Lopes, não pode ignorar o simbolismo que ele representa para a cidade de Évora. Não se trata de uma simples alteração da sua localização, como, à primeira vista, poderá parecer.
Destacado benemérito da cidade de Évora, algum tempo após a sua morte, em 25 de Janeiro de 1905, foi criada uma comissão para a preservação da sua memória, através da realização de um busto, a colocar em local nobre da cidade. Em 25 de Janeiro de 1908, com grande participação da população, foi inaugurado o monumento, da autoria do escultor Simões de Almeida (sobrinho) e do arquitecto Alfredo Costa Campos. Além do busto, o monumento integra, como símbolo principal, a figura de Liberalitas Júlia, personificação da designação romana de Évora. Nele se lê: Ao / Dr. Barahona / por / Subscrição Pública / 1908; e ÉVORA RECONHECIDA.
De acordo com a edição comemorativa do centésimo aniversário da morte de Francisco Barahona, CME 2005, «Milhares de pessoas contribuíram para esta subscrição pública, desde o rei D. Carlos até aos mais humildes habitantes de Évora. Foi, igualmente, avultado o número de operários da construção civil que se inscreveram com dias de trabalho. (…) O monumento foi descerrado por Augusto Eduardo Nunes [Arcebispo de Évora], que terminou o seu discurso do seguinte modo: - Cumpriste o vosso dever! Obrigado, eborenses.»
A centralidade que este monumento ocupa no Jardim de Diana não é, como se constata, fruto de simples opções estéticas, mas representa o reconhecimento e a intenção de perpetuação da memória de uma personalidade a quem a cidade muito deve – além das muitas acções de beneficência, deve-se à intervenção de Francisco Barahona a restauração da Ermida de S. Brás, a reparação do Aqueduto da Água da Prata, a construção do Mercado e do Balneário, a fundação da banda dos Amadores de Música Eborense, a fundação do jornal Notícias de Évora, doação da sua colecção de estatuária ao Museu de Évora e um contributo decisivo para a edificação do Teatro Garcia de Resende, entre outras iniciativas de apoio mecenático.
A colocação do monumento num lugar secundário pode constituir, pelo exposto, um exemplo de degradação paulatina da memória da cidade.
Dezembro de 2009
A Direcção do Grupo Pro-Évora
"Guia de Escultura da Cidade de Évora"
Esta edição bilingue (português/inglês) localiza e identifica cerca de 50 esculturas públicas. Com fotografias de Paulo Nuno Silva, mapas, fichas técnicas e textos introdutórios de Maria do Mar Fazenda, são propostos três percursos temáticos - Percurso Evocativo, Percurso Simpósio ’81 e Percurso (Re)Pensar a Cidade – que dão visibilidade e leitura às peças instaladas na cidade.
Este livro está disponível nas seguintes livrarias da cidade: Nazareth, D. Pepe, Salesianos e Fonte de Letras.
"Pela Biblioteca Pública"
Remonta a 1992 a intenção declarada, por parte dos responsáveis pela cultura em Portugal, de dividir a Biblioteca Pública de Évora, uma das mais notáveis do pais. Desde logo o Grupo Pro-Évora iniciou uma campanha de defesa desta instituição, a semelhança do que fizera aquando da sua fundação.
de Celestino Froes David e Marcial Rodrigues
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