Reconhecido o estatuto do Museu de Évora

Reconhecido o estatuto do Museu de Évora

 

O Museu de Évora será classificado como museu nacional, segundo foi divulgado pelo Ministério da Cultura no dia 15 de Fevereiro. O Grupo Pro-Évora congratula-se com a decisão tomada, que satisfaz as preocupações que foram manifestadas no nosso comunicado Em Defesa do Museu de Évora, de 1 de Fevereiro, que representa também a vontade de muitos eborenses conhecedores do valor patrimonial desta instituição.

Com esta classificação, o Museu de Évora ficará sob a tutela da Direcção-Geral do Património Cultural e não da autarquia eborense, prevista na proposta de lei de transferência de competências para as autarquias locais, entretanto aprovada em Conselho de Ministros.

Como era referido naquele nosso comunicado, o acervo do Museu de Évora constitui “um conjunto patrimonial que ultrapassa em muito as dimensões local e regional, e que é representativo da arte e da cultura nacionais, nos seus diversos períodos históricos”, como é também reconhecido por museólogos e historiadores da arte.

O reconhecimento do estatuto de uma das instituições mais emblemáticas do legado histórico e cultural da cidade de Évora impõe, agora, que a tutela garanta as condições necessárias à sua gestão, conservação e valorização, ultrapassando os constrangimentos que têm afectado a vida do Museu..

Évora, 1 de Março de 2017.

A Direcção do Grupo Pro-Évora

 

 

Comunicado - Em defesa do Museu de Évora

Em defesa do Museu de Évora

 

A proposta de lei de transferência de competências para as autarquias locais, datada de 9 de Janeiro de 2017, enviada pelo governo aos municípios e demais entidades envolvidas, estabelece, no artigo 14º, relativo à Cultura: «É da competência dos órgãos municipais: … b) Gerir, valorizar e conservar os museus que não sejam classificados como museus nacionais; …».

Face a este articulado, o Museu de Évora, que não está classificado como museu nacional, poderá vir a ser tutelado pela Câmara Municipal de Évora, situação que se afigura ao Grupo Pro-Évora como inteiramente desajustada, sem que se compreenda quais são as vantagens que uma tal eventualidade pode proporcionar.

O acervo do Museu de Évora é composto por valiosas colecções de pintura, escultura, arqueologia, azulejaria, ourivesaria e joalharia, paramentaria e alfaias litúrgicas têxteis, mobiliário, constituindo um conjunto patrimonial que ultrapassa em muito as dimensões local e regional, e que é representativo da arte e da cultura nacionais, nos seus diversos períodos históricos. A Sul do rio Tejo, é o único com estas características.

A gestão, a valorização e a conservação deste acervo público, pelas exigências técnicas e financeiras que envolvem, de modo continuado no tempo, só podem ser asseguradas por uma entidade que disponha dos recursos adequados, o que apenas é garantido por serviços sob tutela governamental. O município de Évora, por muito boa vontade que possa ter, não dispõe dos meios necessários que garantam continuadamente aquelas exigências.

O Estado Português não se pode desresponsabilizar das suas obrigações culturais e patrimoniais, sob pena de provocar a degradação e a destruição de bens identitários nacionais de modo irreparável.

Évora, cidade caracterizada pelo seu património histórico e cultural, integrado na lista do Património da Humanidade da UNESCO, não deve ficar indiferente a esta proposta governamental, que ameaça o futuro do seu Museu. O Grupo Pro-Évora, cuja fundação, em 1919, está directamente relacionada com a instalação condigna do Museu de Évora, desenvolverá as iniciativas necessárias à defesa desta instituição e ao reconhecimento do seu estatuto.

Évora, 1 de Fevereiro de 2017.

A Direcção do Grupo Pro-Évora

 

 

1919-2019

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"Em 16 de Novembro de 1919 foi formalmente fundado o Grupo Pro-Évora. Até hoje, somam-se mais de cem anos de actividade em defesa do património e de valores culturais da cidade de Évora." A Direcção

 

"Guia de Escultura da Cidade de Évora"

imageEsta edição bilingue (português/inglês) localiza e identifica cerca de 50 esculturas públicas. Com fotografias de Paulo Nuno Silva, mapas, fichas técnicas e textos introdutórios de Maria do Mar Fazenda, são propostos três percursos temáticos - Percurso Evocativo, Percurso Simpósio ’81 e Percurso (Re)Pensar a Cidade – que dão visibilidade e leitura às peças instaladas na cidade.

Este livro está disponível na sede do Grupo Pro-Évora

"Pela Biblioteca Pública"

imageRemonta a 1992 a intenção declarada, por parte dos responsáveis pela cultura em Portugal, de dividir a Biblioteca Pública de Évora, uma das mais notáveis do pais. Desde logo o Grupo Pro-Évora iniciou uma campanha de defesa desta instituição, a semelhança do que fizera aquando da sua fundação.
de Celestino Froes David e Marcial Rodrigues