Comunicado sobre a Linha Ferroviária Évora-Caia
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- Publicado em 20-05-2016
- Escrito por Direcção
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O Grupo Pro-Évora (GPE) entende como indispensável, numa sociedade sustentável, o transporte ferroviário, mas os valores fundamentais da qualidade de vida das pessoas e das cidades não podem ser postos em causa.
O GPE vem tomar posição pública sobre a anunciada intenção de estabelecer a ligação ferroviária Évora-Caia, com forte componente de transporte de mercadorias, com um traçado que atravessa parte da cidade de Évora junto a áreas habitadas na sua zona nascente, quebrando a continuidade do tecido urbano e deste modo afectando a vida quotidiana da população, reforçando a fragmentação da cidade actual. Perante os graves inconvenientes e perigos que este traçado implica para os habitantes daquelas zonas e para a vida da cidade, em geral, o GPE não pode ficar indiferente. Em causa está o património ambiental, o património paisagístico e o seu valor mais relevante, que são as pessoas e a vivência da cidade no seu todo.
Se o isolamento dos habitantes dos bairros afectados, a drástica diminuição das suas condições de mobilidade, o ruído, as trepidações, etc., a que ficam sujeitos, constituem factores que obviamente degradam a sua qualidade de vida, mais significativa se antevê a possibilidade de transporte de matérias perigosas, que não é negada pelos responsáveis.
Não é admissível que se ponha em risco a vida das pessoas em nome de prioridades economicistas, sejam elas quais forem. O facto de a avaliação do impacto ambiental ter sido dispensada há oito anos, por se tratar da utilização de uma linha já existente e não da construção de uma linha nova, não constitui argumento aceitável, pois a utilização que se pretende agora fazer comporta riscos ambientais completamente diferentes dos do passado, que o conhecimento actual não pode ignorar. Como é possível, nestas condições, que os responsáveis se escudem nesse argumento formal para não realizarem os estudos que a situação exige?
Perguntamo-nos também como é possível que os mesmos responsáveis digam que “não é expectável um tráfego relevante de mercadorias perigosas”, sem negarem categoricamente a sua possibilidade, ou que as estimativas apontem para um número de comboios por dia inferior ao inicialmente publicitado, sem o garantirem. São argumentos desqualificados, que parecem considerar os eborenses num quadro de infantilidade ofensivo. O mesmo se diga da possibilidade do transporte de passageiros, como se essa valência apagasse os outros graves riscos.
Acrescem ainda as qualidades paisagística, ambiental e urbana duma cidade patrimonial, que importa salvaguardar, não comprometendo o equilíbrio entre as heranças do passado e as perspectivas do futuro. Exige-se aos responsáveis que encontrem as soluções adequadas, que respeitem a coerência no ordenamento do território e a sua dimensão humana.
Évora, 20 de Maio de 2016
1919-2019
"Em 16 de Novembro de 1919 foi formalmente fundado o Grupo Pro-Évora. Até hoje, somam-se mais de cem anos de actividade em defesa do património e de valores culturais da cidade de Évora." A Direcção
"Guia de Escultura da Cidade de Évora"
Esta edição bilingue (português/inglês) localiza e identifica cerca de 50 esculturas públicas. Com fotografias de Paulo Nuno Silva, mapas, fichas técnicas e textos introdutórios de Maria do Mar Fazenda, são propostos três percursos temáticos - Percurso Evocativo, Percurso Simpósio ’81 e Percurso (Re)Pensar a Cidade – que dão visibilidade e leitura às peças instaladas na cidade.
Este livro está disponível na sede do Grupo Pro-Évora
"Pela Biblioteca Pública"
Remonta a 1992 a intenção declarada, por parte dos responsáveis pela cultura em Portugal, de dividir a Biblioteca Pública de Évora, uma das mais notáveis do pais. Desde logo o Grupo Pro-Évora iniciou uma campanha de defesa desta instituição, a semelhança do que fizera aquando da sua fundação.
de Celestino Froes David e Marcial Rodrigues
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