Projecto descaracteriza elementos fundamentais
O Grupo Pro-Évora considera que o projecto para a Acrópole de Évora e zona envolvente, a realizar-se, constitui uma intervenção muito profunda e agressiva, que não tem em consideração a memória, a topografia e as funcionalidades do local. Por isso o GPE recomenda o alargamento público da discussão sobre este projecto e irá promover sessões de esclarecimento sobre este tema – a primeira realizar-se-á no próximo dia 12 de Dezembro, com a presença do Professor Gonçalo Ribeiro Telles e da Arq.ª Margarida Cancela de Abreu, estando também convidado o autor do projecto, o Arq. Nuno Lopes.
Os aspectos que se afiguram mais importantes e que importa reconsiderar são, para o GPE os seguintes:
1 – O projecto privilegia uma uniformização cénica do espaço da Acrópole, transformando-o em praça/plataforma nivelada e descaracterizando-o enquanto espaço convivencial, especialmente por força da destruição do Jardim de Diana.
2 – A destruição do Jardim de Diana e a sua substituição por uma plataforma lajeada de granito retira a este espaço as funções de lazer que tem desempenhado e que são fundamentais para a cidade que se quer viva e humanizada pelos seus habitantes. A localização da cafetaria proposta colide com a função de abertura espacial ampla que o miradouro e o próprio jardim têm actualmente, anulando-as. Também o espelho de água não deve ser obstáculo à fruição da paisagem para quem visita o local, nem zona restrita para os utentes da cafeteira.
3 – A substituição dos pavimentos calcetados e do terreiro do jardim por lajeamento de granito tem vários e sérios inconvenientes: demasiada impermeabilização do solo (o escoamento de águas pluviais passa a ser artificial), sem o estudo nem o conhecimento das consequências que poderá causar em toda a área circundante; completa desadequação às condições climáticas do local, especialmente nas épocas de calor intenso; inconvenientes de ordem higiénica decorrentes da impossibilidade em manter os pavimentos limpos (como se verifica nos casos já existentes na cidade).
4 – A geometrização do espaço desfigura a imagem tradicional do local e destrói a sua carga simbólica, descaracterizando-o e tornando-o banal e semelhante a muitas outras intervenções noutras cidades. Uma qualificação deste espaço tem que evitar a sua descaracterização.
5 – Os desnivelamentos do terreno propostos no projecto através de escadas e plataformas destroem a configuração da colina, tornando o espaço estereotipado, anulando uma das singularidades emblemáticas do local e da cidade.
6 – Especialmente na zona do Templo Romano e seu espaço envolvente, que é o local de maior carga simbólica e emblemática da cidade, o projecto ignora e desvaloriza a sua história. A única vantagem do actual projecto reside no abandono do projecto de parque de estacionamento automóvel subterrâneo sob o Jardim de Diana (que constava do projecto original), o que reforça precisamente a importância da manutenção do Jardim e a pedonalização de toda a área envolvida.
"Guia de Escultura da Cidade de Évora"
Esta edição bilingue (português/inglês) localiza e identifica cerca de 50 esculturas públicas. Com fotografias de Paulo Nuno Silva, mapas, fichas técnicas e textos introdutórios de Maria do Mar Fazenda, são propostos três percursos temáticos - Percurso Evocativo, Percurso Simpósio ’81 e Percurso (Re)Pensar a Cidade – que dão visibilidade e leitura às peças instaladas na cidade.
Este livro está disponível na sede do Grupo Pro-Évora
"Pela Biblioteca Pública"
Remonta a 1992 a intenção declarada, por parte dos responsáveis pela cultura em Portugal, de dividir a Biblioteca Pública de Évora, uma das mais notáveis do pais. Desde logo o Grupo Pro-Évora iniciou uma campanha de defesa desta instituição, a semelhança do que fizera aquando da sua fundação.
de Celestino Froes David e Marcial Rodrigues
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